sexta-feira, 10 de abril de 2015

Aminata Touré e as Mulheres Africanas

Aminata Touré (1962)
 Nos últimos anos, a África de modo geral tem passado por muitos movimentos de caráter político/feminista se comparados com toda a história da luta das mulheres pela igualdade de gênero no continente. O mais recente e importante deles que se chama a “Década da Mulher na África”, teve início em 2010 e vai até o ano de 2020 com objetivos de melhorar a qualidade de vida da mulher em vários parâmetros, seja ele econômico, político, cultural, familiar e até ambiental. Tal projeto tem o apoio da União Africana e de outras instituições internacionais, mostrando-se muito importante. De acordo com Celena Green da instituição Vital Voice, pioneira na luta dos Direitos Humanos, não se sabe se o movimento vai finalizar 2020, mas haverá ganhos e é promissor que o progresso decorrente do movimento seja rápido em comparação aos recentes anos.” (A INICIATIVA DA DÉCADA..., 2015)
A realidade das mulheres nos diversos países africanos não é das melhores no mundo. É muito recorrente a mídia e as diversas instituições internacionais divulgar dados e relatórios sobre o problema social que gira em torno da mulher nos países da África. Fazendo uma síntese podemos ver que a maioria das mulheres africanas não possuem educação, não pelo fato de não haver escolas, mas sim pelo fator cultural que as proíbem estudar. Outra questão muito importante que se refere ao fator cultural é as mutilações do clitóris feminino – na infância ou na adolescência variando de cultura para cultura – que ainda ocorre recorrente em diversos países, levando a morte de várias mulheres. Ademais, em algumas culturas existem o que é chamado de “Casamento Obrigatório” retirando qualquer liberdade de escolha da mulher. Entretanto há outras questões que devem ser levadas em conta, uma delas de cunho social, é observado nos diversos casos de violência física a mulher. Outro exemplo, de caráter econômico, pode ser analisado no tráfico de mulheres na África Subsaariana (JUSTO, 2014; O FEMINISMO EM ÁFRICA, 2014).
           Como mostrado acima, os problemas das mulheres no contexto social-cultural na África são gravíssimos, demandando mudanças urgentes. Umas das pessoas que almejam e atua para acontecer tais mudanças é a senegalesa Aminata Touré que alcançou no ano de 2013, o cargo de ministra no Senegal. Touré luta contra a corrupção no país e propõe uma reforma na constituição. Além do mais, sua passagem pela Organizações das Nações Unidas em desde 1995 a 2010 foi extremamente importante pois teve a oportunidade de desenvolver projetos em conjuntos com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Touré teve a oportunidade de assessorar o programa “Gênero e HIV" na África Ocidental, realizando vários trabalhos de planificação familiar e combate a AIDS no continente (PAN, 2014; TRAORÉ, 2013).
O que Touré representa? Muita coisa. A primeira delas é mostrar para as mulheres africanas que é possível ascender em uma sociedade machista. A segunda é a maneira que Touré ao considerar e tratar dos diversos problemas às mulheres na África, ela conseguiu elevar tais problemas para a agenda de organizações internacionais. A ativista política foi capaz de divulgar a questão da mulher africana no contexto mundial, mostrando problemas que muitos não enxergavam, como por exemplo o ganho político de uma mulher na África é muito mais baixo relacionado com o sexo oposto. Dessa maneira, Touré se tornou um símbolo na luta da mulher por melhorias na África e, indiretamente,  alterou a maneira como as próprias mulheres pensam da  figura da mulher africana e do feminismo no continente.

Bibliografia:
A INICIATIVA da Década da Mulher Africana e o seu Progresso Actual. Voz da America. 10 Abr. 2015. Disponível em:<Bibliografia I> Acesso em: 10 Abr. 2015.
O FEMINISMO em África. Blogueiras Negras. 2014. Disponível em:<Bibliografia II> Acesso em: 10 Abr. 2015.
PAN, Montserrat Barba. Aminata Touré, nueva primera ministra de Senegal. Feminismo About. 2014. Disponível em:<Bibliografia III> Acesso em 10 Abr. 2015
TRAORÉ. Saliou. Aminata Touré, a "Dama de Ferro" do Senegal quer acabar com a corrupção. Opera Mundi. 8 Set. 2013. Disponível em:<Bibliografia IV>  Acesso em: 10 Abr. 2015
JUSTO, Gabriella. O Feminismo na África. 2014.  Disponível em:<Bibliografia V> Acesso em: 10 Abr. 2015

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